sábado, 16 de fevereiro de 2013

Expectativas de Um Bom Ano Letivo

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Fotografia: Jailton Santoz

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Por Jailton Santoz

Iraquara / Chapada Diamantina – Bahia – Brasil. Fevereiro de 2013. Início do ano letivo.
Saindo das férias e digerindo o processo de maturação profissional desenvolvido ao longo do ano de 2012, que pra mim foi mais do que ensinar, foi também aprender, foi de fato uma troca nas relações professor/ aluno e objeto de estudo. Foram vivências que contribuíram mais uma vez para o meu crescimento pessoal e profissional, fazendo de mim um ser humano melhor a cada dia.
Este momento pra mim é exclusivo para refletir nas situações em que falhei e nos momentos de acerto no decorrer da minha prática docente. Creio que essa forma de internalizar os erros e acertos tem me ajudado e muito nas minhas melhorias na profissão ano após ano.  Em 2012 pude conhecer uma realidade bem diferente do que havia vivido em toda minha vida, identificando a limitação do aluno e tendo o prazer de acompanhar o seu processo de aprendizagem visualizando seu estado de mudança pessoal e cognitiva a ponto de fazer com que minha aproximação com eles fosse cada vez maior e que eles se achegassem a mim cada vez mais. Aprendi que não se educa gritando, mas sim promovendo o incômodo e o desequilíbrio no aluno para a autorreflexão de seus atos em relação ao que busca e o que deseja para a vida.  Aprendi que ser professor não está apenas no dever de professar algo, de ministrar aulas, mas ser parceiro na hora de ser parceiro e ser líder na hora de ser líder. Costumo falar sempre do equilíbrio, quando ele existe nada se torna excessivo e tudo caminha bem.
Neste partilhar minhas palavras se direcionam a um pensamento positivo em relação há um ano letivo frutífero em 2013. Que fiquem para trás tudo aquilo que deixamos de buscar para as melhorias de nossas práticas, todos os momentos em que deixamos de criar melhores estratégias de ensino por conta das adversidades da vida. Que sejamos sempre melhores naquilo que escolhemos para as nossas vidas, mais ainda por se tratar de uma área tão delicada como a educação que visa ser um ciclo em que o contexto escolar e familiar deve ter o seu papel na formação crítica e reflexiva do indivíduo enquanto cidadão que conhece e executa os seus direitos e deveres na sociedade. E nós professores temos esse compromisso neste caminho que é árduo porem prazeroso quando procuramos enxergar qualidades nele, ainda que o seu lado positivo não seja tão visível, ainda que os status de prestígio na sociedade não sejam os melhores.
Uma aula atraente sempre se torna mais interessante, um professor que não faz de suas aulas um velório é sempre mais contente. Com isso não quero dizer que é preciso ser animador de sala de aula, contar piadas ou de ser o engraçadinho, mas ter uma visão macro do nosso público, saber conciliar o equilíbrio das coisas percebendo que estamos na era digital, que estamos lidando com jovens e precisamos nos atualizar tão bem quanto eles que com pouca idade estão manuseando softwares e acessando redes sociais num instrumento que muitas vezes professores não sabem ao menos ligar... Chega de vender nossas aulas a qualquer preço, agora é hora de cobrar caro por elas, dando a elas um valor merecido, oferecendo um ensino de qualidade, lutando pelos nossos direitos sempre, seja com o poder público ou privado, mas jamais esquecer que a educação não pode pagar o preço pelas diversas situações em que nos encontramos. Que possamos deixar de lado o falso moralismo quando se trata da imagem do professor. Aquele que é sério, que castiga, que não erra e que é protótipo de conduta moral. Chega de conceitos prévios sobre tudo por que o que precisamos é de melhores ações, melhores posturas e fazer diferença dando o nosso melhor.
 O aluno precisa saber por que estudar Arte, Português, Matemática, Geografia... Qual a importância das disciplinas, onde que elas serão proveitosas no futuro, qual o fundamento de cada uma delas... E quando o professor sabe internalizar a disciplina e expõe sua essência a partir de boas estratégias didáticas o aluno passa a conhecer a essa relevância e tudo deixa de ser apenas uma obrigação e passa a ser uma prática prazerosa tanto para quem aprende quanto para quem ensina. Neste sentido, fazer auto avaliações, enxergar falhas, buscar mudanças positivas sempre acarretará em coisas boas em ambas às partes.
Assim como nos fins de ano desejamos um ano novo cheio de coisas boas, o meu desejo é que o próximo ano letivo seja mais significativo, mais atraente e mais frutífero.

Bom ano letivo para todos!