terça-feira, 23 de abril de 2013

Arte Moderna e Pré-Histórica na Bahia: um estudo sobre as pinturas rupestres de Iraquara- BA / Chapada Diamantina.


Fotografia: Jailton Santóz

Por Jailton Santóz

De acordo com a história da humanidade, o homem produz arte desde os tempos mais remotos, por volta de 30.000 anos a.C. aproximadamente, na era paleolítica em que seu veículo de comunicação e expressão estava vinculado a criação de imagens, de códigos expressivos utilizando as paredes das cavernas em que habitavam como suporte. Misturavam vegetais, gordura animal dentre outros recursos improvisados para a pigmentação de seus trabalhos “artísticos”, as chamadas pinturas rupestres. Tempos depois as descobertas, as experimentações e as mudanças começam a acontecer e cada vez mais o homem passa para um plano superior dando um novo formato a vida. A arte enquanto manifestação humana e como uma dessas experiências ganha também novas faces em sua práxis, na sua maneira de falar por si só, no seu conceito e na sua essência.
Na modernidade, presenciam-se por meio dos fatos comprovados as grandes evoluções, as grandes descobertas a partir do que a história registrou e registra a todo instante. Assim a arte, sendo ela produto da produção humana caminha junto a essas fases, trazendo uma nova estética, uma nova perspectiva, uma nova cor, uma nova definição. A arte moderna surge como uma bomba de um movimento que explodiu fazendo acontecer produções e conceitos na arte de forma mais livre, mais expressiva, cerebral e poética. Falar sobre esse processo requer no mínimo um bom embasamento teórico sobre o percurso desse veículo de expressão e comunicação, é preciso conhecer como e por que a arte chega a este formato. Mais complexo ainda é relacionar, dialogar, criar paralelos entre a mesma linguagem em tempos distintos, em propostas distintas, ou seja, conhecer e reconhecer a arte desde quando nem o próprio homem enquanto produtor de arte sabia o que eram as suas criações nas rochas e o porquê dessas execuções até a um plano de totalidade em aberto porem de riqueza teórica, cognitiva e não apenas práticas em relação ao arregaçar as mangas e mover tintas e pinceis.
A arte pré-histórica e a arte moderna vem confirmar cada vez mais o porquê da essência do homem, vem dizer que ela é a natureza quando se inclui na manifestação do ser humano enquanto parte da desta natureza sendo ela a própria natureza humana.
Este diálogo pretende não apenas abordar as situações históricas da arte primitiva na Bahia na cidade de Iraquara - Chapada Diamantina, mas também criar vínculos estéticos, poéticos e conceituais desses achados ancestrais em paralelo ao que se propõe na arte moderna brasileira, valorizando a arte em sua forma plural, multifacetada e também em seu conceito universal enquanto produto da produção humana.
Até o momento os registros feitos até hoje em minha pesquisa aqui na cidade apontam um valor quantitativo e qualitativo mais elevado em relação a outros municípios da Chapada e em relação ao que preciso como objeto de estudo. Tenho buscado respostas neste sentido na comunidade e cada vez mais tenho me certificado de onde estou, por que estou e pra que vim. Agradeço a essas pessoas pela simplicidade, pelo gesto humano de lhe dar com o outro, pela disposição a troco de somente ajudar. Sinto que minha caminhada tem sido frutífera e no fim da linha colherei bons frutos.

Obs.: Estes são alguns pontos de destaque de um projeto de pesquisa de mestrado em desenvolvimento, fragmentos de uma dissertação. A intenção aqui é somente falar a cerca do que tem sido feito na cidade de Iraquara em relação a estudos neste sentido e de certa forma repensar “nossa” cidade enquanto um veículo cognitivo, histórico, artístico e que precisa ser mais explorado.

Obrigado a todos e até a próxima.