Fotografia: Jailton Santóz
Por Jailton Santóz
De acordo
com a história da humanidade, o homem produz arte desde os tempos mais remotos,
por volta de 30.000 anos a.C. aproximadamente, na era paleolítica em que seu
veículo de comunicação e expressão estava vinculado a criação de imagens, de
códigos expressivos utilizando as paredes das cavernas em que habitavam como
suporte. Misturavam vegetais, gordura animal dentre outros recursos
improvisados para a pigmentação de seus trabalhos “artísticos”, as chamadas
pinturas rupestres. Tempos depois as descobertas, as experimentações e as
mudanças começam a acontecer e cada vez mais o homem passa para um plano
superior dando um novo formato a vida. A arte enquanto manifestação humana e
como uma dessas experiências ganha também novas faces em sua práxis, na sua
maneira de falar por si só, no seu conceito e na sua essência.
Na
modernidade, presenciam-se por meio dos fatos comprovados as grandes evoluções,
as grandes descobertas a partir do que a história registrou e registra a todo
instante. Assim a arte, sendo ela produto da produção humana caminha junto a
essas fases, trazendo uma nova estética, uma nova perspectiva, uma nova cor,
uma nova definição. A arte moderna surge como uma bomba de
um movimento que explodiu fazendo acontecer produções e conceitos na arte de
forma mais livre, mais expressiva, cerebral e poética. Falar sobre esse
processo requer no mínimo um bom embasamento teórico sobre o percurso desse
veículo de expressão e comunicação, é preciso conhecer como e por que a arte
chega a este formato. Mais complexo ainda é relacionar, dialogar, criar
paralelos entre a mesma linguagem em tempos distintos, em propostas distintas,
ou seja, conhecer e reconhecer a arte desde quando nem o próprio homem enquanto
produtor de arte sabia o que eram as suas criações nas rochas e o porquê dessas
execuções até a um plano de totalidade em aberto porem de riqueza teórica,
cognitiva e não apenas práticas em relação ao arregaçar as mangas e mover
tintas e pinceis.
A
arte pré-histórica e a arte moderna vem confirmar cada vez mais o porquê da
essência do homem, vem dizer que ela é a natureza quando se inclui na manifestação
do ser humano enquanto parte da desta natureza sendo ela a própria natureza
humana.
Este
diálogo pretende não apenas abordar as situações históricas da arte primitiva
na Bahia na cidade de Iraquara - Chapada Diamantina, mas também criar vínculos
estéticos, poéticos e conceituais desses achados ancestrais em paralelo ao que
se propõe na arte moderna brasileira, valorizando a arte em sua forma plural,
multifacetada e também em seu conceito universal enquanto produto da produção
humana.
Até
o momento os registros feitos até hoje em minha pesquisa aqui na cidade apontam
um valor quantitativo e qualitativo mais elevado em relação a outros municípios
da Chapada e em relação ao que preciso como objeto de estudo. Tenho buscado
respostas neste sentido na comunidade e cada vez mais tenho me certificado de
onde estou, por que estou e pra que vim. Agradeço a essas pessoas pela
simplicidade, pelo gesto humano de lhe dar com o outro, pela disposição a troco
de somente ajudar. Sinto que minha caminhada tem sido frutífera e no fim da
linha colherei bons frutos.
Obs.:
Estes são alguns pontos de destaque de um projeto de pesquisa de mestrado em
desenvolvimento, fragmentos de uma dissertação. A intenção aqui é somente falar
a cerca do que tem sido feito na cidade de Iraquara em relação a estudos neste
sentido e de certa forma repensar “nossa” cidade enquanto um veículo cognitivo,
histórico, artístico e que precisa ser mais explorado.
Obrigado
a todos e até a próxima.