Fotografia: Jailton Santóz
Por Jailton Santóz
“Se arte não fosse importante não
resistiria desde a pré-história às tentativas de menosprezo.”
Ana
Mae Barbosa.
Em fevereiro de 2012 tive a oportunidade de conhecer o sítio
arqueológico Lapa Doce aqui na cidade de Iraquara onde moro há quase dois anos.
Acompanhado pelo meu irmão e alguns amigos que vieram de Salvador para conhecer
a “cidade das grutas” pude fazer da minha pesquisa de campo para ingressar no
mestrado um momento de lazer e descontração ao presenciar tanta novidade e curiosas
imagens que observávamos ao entrar nas cavernas deste lugar incrível. Uma das coisas
mais interessantes desta visita foi poder fazer diversas leituras das imagens
que encontrávamos pela trilha, o pessoal comentava sobre as semelhanças
estéticas criadas pelas formações rochosas com o cotidiano e eu sempre abordava
a cerca dos elementos visuais compositivos de acordo com o fruir no ensino de
arte. Foi um link perfeito, senso comum e senso científico gerando um diálogo
tão rico. Logo depois da trilha, pedimos ao guia para conhecer a gruta Lapa do
Sol, local onde eu iria encontrar o meu objeto de estudo: os vestígios da
manifestação humana na arte primitiva, as chamadas pinturas rupestres.
Infelizmente não foi possível conhecer neste dia a Lapa do Sol devido ao
horário que se aproximava e aos possíveis riscos que poderíamos encontrar a
final já era fim de tarde e chegando a noite não teríamos visibilidade ao
entrar na caverna, por isso deixamos para outro dia.
No início de março de 2013 conheci a desejada gruta Lapa do
Sol do sítio Lapa Doce devido às diversas ocupações que a profissão me reservou
nos meses posteriores e também pelo tempo que ainda tenho para concluir meu
projeto de pesquisa que deverá estar pronto em outubro deste ano. Desta vez
cheguei ao sítio acompanhado por um amigo e colega de profissão Jacob Oliveira,
licenciado em História e professor municipal de Seabra-BA que almeja ingressar
no mestrado com a mesma linha de pesquisa que a minha.
Incrivelmente chegamos a uma única gruta que apresentava num
grande painel exterior as mais lindas imagens de arte ancestral. Eu obviamente
tremia de emoção ao fotografar as pinturas, unindo trabalho e satisfação,
apreciando presencialmente um vestígio que há quatro anos venho abordando
teoricamente em sala de aula sem ter tido a felicidade de ver de perto um
registro tão rico como este para a história da arte que é parte da história do
homem. Pude fazer várias relações entre arte pré-histórica e arte contemporânea,
a manifestação humana na arte enquanto produção expressiva universal em tempos
diversos, confirmando mais ainda o meu pensamento sobre arte, história e sua
relevância para a vida, admirando e acreditando ainda mais no que prego nas
práticas do meu ofício.
Agradeço a Claudia Lima, (uma das gestoras do sítio Lapa
Doce) pelas informações sobre o local, pelas referências de outros
pesquisadores da área. Agradeço a Jacob Oliveira pela parceria nesta jornada de
estudo e aos demais amigos e parentes que me incentivam a continuar a caminhada
da vida em trilhos fortes.
Fotografia: Jailton Santóz
Fotografia: Jailton Santóz
Fotografia: Jailton Santóz
Fotografia: Jailton Santóz
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