Por Jailton Santoz
A comunidade do Vale do Capão - Palmeiras / Chapada
Diamantina – BA conferiu neste ano de 2012 de 5 a 10 de março novas propostas
do projeto Cine Capão, novas experiências e aprendizados, que desta vez contou
com uma equipe maior em questões quantitativas e qualitativas nos aspectos da
produção e execução das atividades.
Nesta temporada de conhecimento, apreciação e produção
artística tivemos participações significativas, tanto por parte dos
colaboradores quanto da comunidade. Além das mostras de curtas e longas
infantis e adultas e oficinas arte-educativas contamos com demais execuções
como a oficina “Curto Curta”, homenagens a Edgard Navarro, Geraldo Sarno e a oficina
de grafite com Eder Muniz.
Foram dias de muito trabalho porem de bons resultados e
realizações que foram além do que eu imaginava. O convite me foi feito para
mais uma participação no evento como arte-educador e dentro de alguns dias
iniciamos os trabalhos. No primeiro
contato com os alunos nas sessões infantis falamos a cerca do que se tratava o
projeto a partir do valor e relevância do cinema brasileiro. Logo após
utilizamos pedagogicamente ferramentas de criação em artes visuais para que os
alunos refletissem suas poéticas pessoais a partir das diversas atividades e
suportes de incentivo à criação que apresentamos além das aulas de stop motion ministradas por Marcela
Costa.
No decorrer das mostras e oficinas nos turnos matutino e
vespertino, fomos nos certificando ainda mais da riqueza que aquelas atividades
educativas apresentavam na vida das crianças entre 05 a 10 anos ao vivenciar,
experimentar, sensibilizar suas capacidades cognitivas e criadoras e nas nossas
enquanto profissionais apaixonados pela profissão de educar em arte.
Nas oficinas de grafite contribui junto a Eder Muniz nas
relações entre grafite e pintura rupestre a partir da história da arte ancestral.
Teorizamos essas pontes que o conhecer arte nos proporcionou em se tratando de
manifestação humana independente do seu tempo de produção. O público alvo
variou entre 15 a 35 anos, jovens e adultos revelaram primeiramente suas
propostas esboçando com papeis o que pretendiam grafitar no espaço reservado do
muro externo da escola municipal localizada no Capão. Logo após os rabiscos iniciamos a pintura
mural utilizando técnica mista (tinta em spray e acrílica) que denominamos como
grafite ou arte urbana. Todos em volta ou mesmo quem passava pelo local não
deixava de parar e observar o trabalho coletivo dos alunos, a admiração das
pessoas, a atmosfera, o agradável som dos pássaros pareciam conspirar ao nosso
favor. Tudo aconteceu de forma muito mágica e natural, de forma espontânea os
pontos se tornaram linhas as linhas ganharam forma e as formas ganharam cores e
vida. Grande parte dos trabalhos prontos foram inspirados na beleza natural da
Chapada Diamantina, trabalhamos com tema livre e ainda assim o universo criador
dos “alunos-artistas” direcionava nossos olhos para a riqueza imagética da
região.
Concluímos o evento com uma satisfação muito grande e com a
sensação de que teremos ainda muita estrada pela frente. Há muito a ser feito,
principalmente quando passamos a enxergar o conhecer arte, aquele que não se
limita apenas em recortes e colagens, mas também nas relações que fazemos entre
arte, necessidade e vida.
Agradeço mais uma vez ao Cine Capão pelo convite, por todas
as novas situações vividas e aprendizagens adquiridas ao longo dos 5 dias de
evento. Este projeto veio para dar direcionamentos e ampliar horizontes. Queremos
mesmo é fazer com que a educação cultural na Bahia e no Brasil tenha o seu
devido valor e que sejamos cada vez mais uma referência para o mundo.
Confira algumas imagens abaixo:
Fotografias: Maíra Amaral
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