Fotografia: Jailton Santoz
Por Jailton Santoz
Iraquara / Chapada Diamantina – Bahia – Brasil. Fevereiro de
2013. Início do ano letivo.
Saindo das férias e digerindo o
processo de maturação profissional desenvolvido ao longo do ano de 2012, que
pra mim foi mais do que ensinar, foi também aprender, foi de fato uma troca nas
relações professor/ aluno e objeto de estudo. Foram vivências que contribuíram
mais uma vez para o meu crescimento pessoal e profissional, fazendo de mim um
ser humano melhor a cada dia.
Este momento pra mim é exclusivo para
refletir nas situações em que falhei e nos momentos de acerto no decorrer da
minha prática docente. Creio que essa forma de internalizar os erros e acertos
tem me ajudado e muito nas minhas melhorias na profissão ano após ano. Em 2012 pude conhecer uma realidade bem
diferente do que havia vivido em toda minha vida, identificando a limitação do
aluno e tendo o prazer de acompanhar o seu processo de aprendizagem
visualizando seu estado de mudança pessoal e cognitiva a ponto de fazer com que
minha aproximação com eles fosse cada vez maior e que eles se achegassem a mim
cada vez mais. Aprendi que não se educa gritando, mas sim promovendo o incômodo
e o desequilíbrio no aluno para a autorreflexão de seus atos em relação ao que
busca e o que deseja para a vida. Aprendi
que ser professor não está apenas no dever de professar algo, de ministrar
aulas, mas ser parceiro na hora de ser parceiro e ser líder na hora de ser
líder. Costumo falar sempre do equilíbrio, quando ele existe nada se torna
excessivo e tudo caminha bem.
Neste partilhar minhas palavras se direcionam a um pensamento
positivo em relação há um ano letivo frutífero em 2013. Que fiquem para trás
tudo aquilo que deixamos de buscar para as melhorias de nossas práticas, todos
os momentos em que deixamos de criar melhores estratégias de ensino por conta
das adversidades da vida. Que sejamos sempre melhores naquilo que escolhemos
para as nossas vidas, mais ainda por se tratar de uma área tão delicada como a
educação que visa ser um ciclo em que o contexto escolar e familiar deve ter o
seu papel na formação crítica e reflexiva do indivíduo enquanto cidadão que
conhece e executa os seus direitos e deveres na sociedade. E nós professores
temos esse compromisso neste caminho que é árduo porem prazeroso quando
procuramos enxergar qualidades nele, ainda que o seu lado positivo não seja tão
visível, ainda que os status de prestígio na sociedade não sejam os melhores.
Uma aula atraente sempre se torna mais interessante, um
professor que não faz de suas aulas um velório é sempre mais contente. Com isso
não quero dizer que é preciso ser animador de sala de aula, contar piadas ou de
ser o engraçadinho, mas ter uma visão macro do nosso público, saber conciliar o
equilíbrio das coisas percebendo que estamos na era digital, que estamos
lidando com jovens e precisamos nos atualizar tão bem quanto eles que com pouca
idade estão manuseando softwares e acessando redes sociais num instrumento que
muitas vezes professores não sabem ao menos ligar... Chega de vender nossas
aulas a qualquer preço, agora é hora de cobrar caro por elas, dando a elas um
valor merecido, oferecendo um ensino de qualidade, lutando pelos nossos
direitos sempre, seja com o poder público ou privado, mas jamais esquecer que a
educação não pode pagar o preço pelas diversas situações em que nos encontramos.
Que possamos deixar de lado o falso moralismo quando se trata da imagem do
professor. Aquele que é sério, que castiga, que não erra e que é protótipo de
conduta moral. Chega de conceitos prévios sobre tudo por que o que precisamos é
de melhores ações, melhores posturas e fazer diferença dando o nosso melhor.
O aluno precisa saber
por que estudar Arte, Português, Matemática, Geografia... Qual a importância
das disciplinas, onde que elas serão proveitosas no futuro, qual o fundamento
de cada uma delas... E quando o professor sabe internalizar a disciplina e
expõe sua essência a partir de boas estratégias didáticas o aluno passa a
conhecer a essa relevância e tudo deixa de ser apenas uma obrigação e passa a
ser uma prática prazerosa tanto para quem aprende quanto para quem ensina.
Neste sentido, fazer auto avaliações, enxergar falhas, buscar mudanças
positivas sempre acarretará em coisas boas em ambas às partes.
Assim como nos fins de ano desejamos um ano novo cheio de
coisas boas, o meu desejo é que o próximo ano letivo seja mais significativo, mais
atraente e mais frutífero.
Bom ano letivo para todos!
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